sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Politica Monetária (OPEN MARKET)


Eu vejo a arte de leccionar como uma das profissões mais exigentes, cada semestre é um novo aprendizado, as turmas são diferentes, o material de estudo precisa ser adaptado ao perfil da matéria, da turma. E leccionar macroeconomia para alunos de gestão não é o mesmo que faze-lo aos do curso de ciências económicas, estes últimos já psicologicamente preparados para matéria, e com bases sólidas de introdução a economia e matemática para economistas, já os primeiros encaram tudo como uma primeira vez – apesar de que Introdução á Economia deveria ser sempre um pré-requisito para Macroeconomia. Levando em consideração as dificuldades de compreensão da aula de ontem, trouxe para o pensareconomia mais algumas gotas de conhecimento de Politica Monetária, mas concretamente as operações de Mercado Aberto (Open Market)

Ao fazer Politica Monetária e objectivando expandir o crescimento económico o Banco Central usa três instrumentos, a saber: open market, depósito compulsório e taxa de redesconto, podendo ser usados em separado ou os três em simultâneo com politica fiscal que permita um aumento dos gastos. Vejamos então, mais uma vez como funciona o Open Market:
As operações de Open Market, acontecem quando o BC entra no mercado para vender ou comprar títulos. (Títulos são activos de renda fixa que se constituem em boa opção de investimento para a sociedade, possuem a finalidade primordial de captar recursos para o financiamento da dívida pública, bem como para financiar actividades do Governo Central)
Quando o Banco Central tem o objectivo de expandir a base monetária, entra no mercado e compra títulos, chama-se a isso, politica monetária expansionista. Com tal operação de compra de títulos, um determinado montante de massa monetária em poder do BC é colocado em circulação. Com mais dinheiro em circulação pressupõe-se aumento na renda, possibilitando maior consumo e maior investimento, gerando um efeito positivo para o crescimento económico. Com o aumento do consumo, aumenta a procura agregada, e cria-se um “ciclo virtuoso”: vendedores irão encomendar mais mercadorias dos fornecedores, fornecedores comprarão mais das fábricas, mais matéria-prima será necessária, mais pessoas serão contratadas para produção, que receberão mais salário que proporcionará maiores gastos e o ciclo mais, mais… tenderá a repetir-se.

Por outro lado, havendo necessidade de contrair a Base Monetária o BC vende títulos, a isso chamamos de politica monetária contraccionista, Ao vender títulos, o Banco Central retira dinheiro do mercado, ou seja, a população fica com menos massa monetária, As pessoas se sentem menos estimuladas à gastar e, consequentemente, o nível de actividade diminui.

É pertinente lembrar que a priori a oferta de moeda não depende nem da taxa de juros nem do nível de renda nominal, é tão-somente uma decisão de Politica monetária feita pelo Banco Central. Por determinadas razoes, o BC vê-se muitas vezes em situações em que necessita contrair ou reduzir a quantidade de moeda que circula na economia (base monetária). Se o interesse do Governo é estimular a actividade económica, ele faz uso de uma politica monetária mais flexível, por outro lado se se pretende frear a actividade económica, o BC contrai a base monetária.
Lembrando que é um erro associar Politica monetária contraccionista necessariamente a queda de crescimento, o comportamento da inflação leva em muitos casos a adopção de politica monetária mais restritiva.

- Professora e isso funciona aqui? Não é somente coisa de Blanchard e Dornbush?

- Claro que funciona!O BNA é o nosso Banco Central e responsável pelas operações de mercado aberto, que nesse momento tem já disponível o preço dos títulos para venda directa ao público de 11.10 a 17 de 10 de 2007- pessoas colectivas não bancárias e pessoas singulares. Informem-se no site do BNA, por telefone: 222 33 60 69 / 222 39 62 80 ou no balcão do Departamento de Mercado de Activos – Av. 4 de Fevereiro, porta 136 - R/C. Um macro abraço e até nossa próxima aula.