sexta-feira, 16 de novembro de 2012

EMISSÃO DE MOEDA X INFLAÇÃO


Recentemente foi anunciado pelo Banco Central (BNA) a entrada em vigor da "nova família" de Kwanzas par ao inicio de 2013, o anúncio tirou o sono de boa parte da população. A insónia razão de ser  à medida em que os angolanos trazem uma carga de informação histórica na qual a emissão de moeda se repercute em aumento de preços,- ainda trazemos lembranças do Novo Kwanza, do Kwanza Reajustado -dai a expectativa de o mesmo cenário poder voltar a acontecer. Nas linhas abaixo teço algumas considerações sobre o assunto, especialmente para nossos alunos que começarem a trilhar o caminho apaixonante das Ciências Económicas: 
  • Não se trata de emissão para injetar dinheiro adicional ao mercado, mas sim para substituir as notas velhas, rasgadas e as de menor valor facial(facilitar transações), garantir seguridade , e estética da moeda, ou seja, a quantidade de dinheiro no mercado será a mesma, noutras palavras não haverá alargamento da base monetária. 
  • A emissão de moeda por si só não gera inflação. O que gera inflação é emissão de moeda num ritmo diferente da criação de riqueza líquida gerada pela economia. A moeda, na verdade é um equivalente dos bens produzidos. Se a medida do BNA for acompanhada com incentivo ao aumento da produção, que conseqüentemente implica em melhoria da infra-estrutura (energia, malha rodo-ferroviaria etc...) de certeza que ficaremos longe de qualquer inflação. 
  • Lembrem-se que em 2003/4 foi emitida a nota de Kz 2.000,00 sob um forte alarido de subida de preços, feitas as contas tal não aconteceu no ritmo em que se previu, ao contrario, viveu-se dai em diante um período de estabilização de preços ate recebermos os ventos da crise mundial de 2008, e facto interessante é que as notas de Kz 5,00 e 10,00 continuam convivendo pacificamente com as de Kz 2.000,00 , não desapareceram, o que quase sempre acontece quando a emissão de moeda tem como objetivo injectar dinheiro adicional no mercado. 
  • Estou em crer que a esta altura o BNA não se proporia a fazer "auto-golo", pois a criação de nova moeda sem contrapartida é problemático em qualquer lugar. Critérios que evitem o desequilíbrio da economia devem sim ter sido observados ao tomar-se esta medida. Bom seria mesmo se tais notas de maior facial não surgissem, pelos motivos que evoco no segundo parágrafo, mas por outro lado, a política econômica apesar de ter como fim o bem estar do cidadão, ela não pode reger-se apenas pela expectativa do cidadão.

De volta

Terminado o período sabático, de volta!